26 junho 2008













agora ar é ar e coisa é coisa: traço

nenhum da terra celestial seduz
nossos olhos sem ênfase onde luz

a verdade magnífica do espaço.

Montanhas são montanhas; céus são céus -
e uma tal liberdade nos aquece
que é como se o universo uno, sem véus,

total, de nós(somente nós) viesse

- sim; como se, despertas do torpor
do verão, nossas almas mergulhassem
no branco sono onde se irá depor
toda a curiosidade deste mundo
(com júbilo de amor) imortal e a coragem

de receber do tempo o sonho mais profundo


e.e.cummings
em xix poemas
tradução de Jorge Fazenda Lourenço

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