Sthéphane Mallarmé
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O Túmulo de Edgar Poe
Tal que em si-mesmo enfim a Eternidade o apura
O Poeta suscita com seu gládio erguido
Seu século aterrado de não ter ouvido
Que a morte triunfava nessa voz obscura!
Eles, em sobressalto como de hidra impura
Audindo o anjo aos da tribo termos dar sentido
Puro mais, logo aclamam sortilégio haurido
Nas desonradas águas de uma atra mistura.
Opostos solo e nuvens, ó suprema dor!
Se a nossa ideia com não cria de escultor
De que a tumba de Poe se orne resplandecente,
Calmo tombado bloco de um desastre escuro,
Que este granito ao menos mostre o seu batente
Ao negro voo blasfemo esparso no futuro.
Tradução de Jorge de Sena.
1 comentário:
Declamar este poema deve ser um belo bico de obra. Jorge de Sena consegue quase sempre dar às palavras uma "patine" épica.
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